11 de dezembro de 2013

KABARETT - 10 a 15 de Dezembro






Sinopse


“Os corpos são sempre corpos.

Perdem-se no espaço, enlaçam-se uns nos outros, imergem na pasta bruta de todos os dias e tentam viver. Sejamos ou não capazes de ver a linha que distingue as formas, onde pousa a luz quando a há, ou marcas na pele.

 Se este espaço nasceu do caos, a ordem é apenas um véu ténue sobre a matéria. O calor condensa-se e os corpos expandem. Repara que a luz reflectida nos espelhos não fica nos olhares… Há gritos que tem de se soltar.

 A não ser quando o prazer emerge. Acorrentados ao sonho, entramos na banheira. É la que o pudico se masturba, para se limpar de sujidade dos pensamentos.

Gajos. Vinho. Pernas de gajas.

Não somos esquisitos. Mais vinho, se faz favor!”

Vídeo
O conceito videográfico que se apresenta no KABARETT é abordado com três perspetivas diferentes: peças videográficas autónomas, Chairs, Traffic, Sangue e Metamorfoses; apropriações de excertos de autores relevantes à temática e manipulação de vídeo em tempo real, utilizando técnicas combinatórias de projecção de vídeo e vídeo-mapping.
Chairs, Traffic, Sangue e Metamorfoses, realizadas durante o processo criativo, assumem-se como momentos autónomos no decorrer do espectáculo, que articulados com o espaço cénico, desafiam o participante a abandonar-se criando novas experiências.
Do filme Un Chant D’Amour de  Jean Genet (1950) e das obras At Land de Maya Deren (1944) e Hysteria  de Sam Taylor-Wood (1997), Shadows, foram retirados excertos, alusivos à temática do kabarett e como suporte do momento performativo.
As obras videográficas apresentadas no KABARETT são reflexo de um processo criativo participativo desenvolvido em conjunto com o CITAC ao longo destes dois meses.



Música

Tal como o nascimento do KABARETT aconteceu de forma espontânea com ele nasceram as formas que o habitam e a banda sonora que as acompanha.
O processo de recolha e criação começa com essa génese e desenvolve-se através das próprias personagens, respeitando as individualidades, os desejos, as ilusões, os sentimentos e tudo aquilo que as constitui. De certa forma foram elas os compositores e são sem dúvida os maestros do KABARETT.
Os músicos ao vivo conferem uma tridimensionalidade aos trilhos sonoros deste lugar indissociando-se dele. São uma extensão do espaço, reagem aos intervenientes como o sistema imunitário de um corpo vivo.
A música, em estreita relação com o vídeo, criam espaços-lugares dentro do KABARETT, ambientes concretos e digitais onde habitam as personagens e as suas psiques. O mundo dentro do mundo.
Do minimal ao glitch core, do tango à valsa, passando pelo blues e inclusive por música mais “popularucha”, porque a mente humana é o verdadeiro espetáculo de variedades.